SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O número de passageiros nos vagões da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e no metrô de São Paulo praticamente dobrou desde o início da pandemia de Covid-19. Mesmo assim, a movimentação no sistema metroferroviário da capital paulista ainda é inferior ao registrado no ano passado, quando não havia restrições para a movimentação de pessoas. De acordo com um relatório produzido pela ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), 46 milhões de usuários passaram pelo metrô e pela CPTM no mês de abril– quando a quarentena estava na fase mais rígida. No mês passado, o número de passageiros transportados subiu para 90 milhões, o que representa um aumento de 95,7% sobre o volume registrado em abril. De lá até agosto, a quantidade de usuários foi crescendo gradativamente, chegando a 50,5 milhões maio e a 56,3 milhões em junho. Em julho já houve uma subida brusca em relação ao mês anterior: foram 84,1 milhões de pessoas no sistema. A coordenadora de marketing Mayara Sena Rodrigues, 22 anos, mora em Embu das Artes (Grande SP) e trabalha no bairro do Sacomã, na zona sul de São Paulo. Além de um ônibus intermunicipal, ela pega as linhas 5-lilás e 2-verde do metrô para chegar ao serviço. Nas últimas semanas, já notou um aumento no movimento nas composições e nas estações. “Pelo que tenho visto, ainda não está tão superlotado como era antes da pandemia, mas tem estado bem cheio. É muito difícil ir sentada até o meu destino”, afirma Mayara. Na opinião dela, o aumento no número de passageiros dificulta a manutenção do distanciamento social, uma das medidas mais importantes de prevenção contra a contaminação pelo novo coronavírus. Apesar do crescimento no volume de passageiros durante a quarentena, o número ainda é menor do que no mesmo período do ano passado, segundo a ANPTrilhos. Em agosto de 2019, foram 208,4 milhões de pessoas transportadas na rede metroferroviária em São Paulo. Na comparação com os 90 milhões registrados em agosto deste ano, a queda foi de 56,8%. OUTRO LADO Responsável pelo metrô e pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), a Secretaria de Transportes Metropolitanos, gestão João Doria (PSDB), afirma que faz o monitoramento da frota para garantir que não haja superlotação na rede metroferroviária. Segundo a pasta, a chamada Operação Monitorada “é avaliada ininterruptamente, sobretudo em horários de pico, e quando constatada a necessidade de mais trens nas linhas da CPTM e do metrô, eles são imediatamente injetados para buscar evitar aglomerações”. Em horários de pico, a secretaria afirma que a frota chega a 100% em algumas linhas – que não foram especificadas quais. A secretaria diz ainda que intensificou ações de higienização em veículos e estações “com ampliação da frequência de limpeza de assentos, pisos, corrimãos, maçanetas, etc. com álcool 70% ou solução de água sanitária”. Diz também que criou um comitê específico para monitorar os trabalhos de limpeza. Em julho, o metrô fez testes para a utilização de uma câmera que mede a temperatura dos passageiros.