SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O candidato à Prefeitura de São Paulo Levy Fidelix afirmou nesta quarta (21) que seu adversário e líder nas pesquisas Celso Russomanno (Republicanos) representa a esquerda nas eleições. Ele disse também que esperava apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele participou da segunda sabatina Folha/UOL com os candidatos a prefeito da capital paulista. As sabatinas são transmitidas ao vivo sempre às 10h e têm como entrevistadores o colunista do UOL Diogo Schelp e Camila Mattoso, editora do Painel, da Folha de S.Paulo. José Levy Fidelix da Cruz é político, empresário, jornalista e publicitário brasileiro, fundador do PRTB. Ficou conhecido pela autoria do projeto do aerotrem, trem-bala entre Campinas, São Paulo e Rio. Na entrevista, Fidelix se mostrou contrariado com o apoio de Bolsonaro a Russomanno e tentou ligar o candidato à frente nas pesquisas às administrações do PSDB, tanto no estado, com o governador João Doria, quanto na capital, com o prefeito Bruno Covas. “Ele [Russomanno] sempre esteve [no campo da esquerda]. Ele sempre esteve, por exemplo, do lado do PSDB, que é um partido social, social democrata. É um partido que defende outros tipos, está com a grande ordem mundial, que defende causas que não são as mesmas eu não defendo. Então naturalmente que a sintonia dele para conosco e nem eu acho que com o próprio Jair é a mesma”, afirmou. “Realmente, é até uma certa hipocrisia dizer que o Celso Russomano é um cara da direita. Todo mundo sabe que ele é Doria, ele é PSDB, com raízes profundas nessa relação, inclusive com cargos. O partido Republicanos possui cargos, inclusive no próprio governo estadual e no governo municipal do PSDB.” Fidelix já foi candidato duas vezes à Presidência da República, além de já ter tentado concorrer a prefeito, governador, vereador e deputado, todas sem sucesso. Em 2018 se lançou pré-candidato à Presidência novamente, mas desistiu quando Hamilton Mourão foi escolhido como vice de Bolsonaro por seu partido, o PRTB. “Primeiramente, em 2018, Celso Russomanno estava com Alckmin [PSDB]. E nós, ao contrário, fizemos uma aliança com o Jair, PRTB e PSL, partido então do Bolsonaro, com aliança para vitória, dos conservadores, das pessoas que pensam como eu, da direita, e é natural que a gente esperava uma reciprocidade nesse sentido. Mas não havendo, não posso exigi-la”, disse o candidato. “Uma coisa é certa e correta, eu fui leal, fui correto e 2018 estivemos do mesmo lado. Para o Brasil maior. Quem estava com ele, pelo partido, era o PRTB”, concluiu. Na sabatina, Levy Fidelix tentou se aproximar das ideias do presidente e chegou a defender que a vacina contra o coronavírus, por exemplo, não seja obrigatória. “Vamos facultar que as pessoas, para o seu bem, sejam naturalmente vacinadas. E aquelas que acharem que a sua consciência, que a sua condição não permita, também não o farão. Nada você pode conspurcar, ou seja, levar por obrigação alguém a fazer alguma coisa”, afirmou. Na seara da pandemia, ele propõe um “distanciamento funcional”, em oposição ao que chama de “distanciamento social radical”, em que os setores econômicos seriam divididos por turnos, para evitar aglomerações mas ainda manter os negócios abertos. A principal medida de sua eventual gestão, afirmou Fidelix, seria sanear as contas públicas da cidade, contendo o endividamento e fazendo parcerias com a iniciativa privada. Famoso pelo projeto do aerotrem, Fidelix também focou no transporte. Ele se posicionou contra o que chama de “indústria da multa”, ao dizer que as penalizações no trânsito deveriam ser educativas -medida que requeriria mudanças no Código de Trânsito Brasileiro, fora da alçada do prefeito. Ele também disse que é preciso aumentar a velocidade máxima permitida nas vias da cidade, “mas com responsabilidade”, afirmou. No transporte público, afirmou que vai reformular rotas de ônibus, que seriam retirados do centro da cidade, onde circulariam apenas micro-ônibus gratuitos.