SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Microsoft anunciou nesta terça-feira (20) o que chamou de plano “Mais Brasil”, um conjunto de medidas que incluem uma parceria com o Ministério da Economia do governo Jair Bolsonaro (sem partido). A empresa planeja oferecer cursos de capacitação profissional e melhorar o banco de empregos do governo, instalar uma nova estrutura de datacenter no Rio de Janeiro para atender à expansão da tecnologia de nuvem no país e realizar um projeto de uso de inteligência artificial para prevenir o desmatamento da Amazônia, em parceira com a Vale e o Imazon. Segundo o secretário Especial Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, a parceria entre a empresa e a pasta não vai gerar custos para o Tesouro, nem exigir investimentos posteriores. “Conversamos com provedores do mercado, seja de soluções open source ou fechadas. Nessas conversas, encontramos na Microsoft um parceiro que estava disposto a contribuir sem que nós tivéssemos custos financeiros e que pudesse garantir que isso seria aberto depois, que não ficasse fechado e necessitasse de mais e mais investimentos no futuro”, disse Costa no evento. Segundo Tânia Cosentino, presidente da Microsoft, pela parceria com o Ministério da Economia serão oferecidos cursos de tecnologia da Microsoft para até 5,5 milhões de candidatos a empregos até 2023, com o objetivo de aceleração a capacitação e atrair profissionais para a área de tecnologia da informação. “Hoje formamos 44 mil profissionais de TI por ano e temos uma demanda de 70 mil profissionais”, disse Cosentino, acrescentando que o avanço da digitalização trazido pela pandemia acelerou ainda mais a necessidade por esses profissionais. Além disso, a Microsoft vai contribuir para a melhoria do Sine (Sistema Nacional de Empregos), que deve passar a usar inteligência artificial para otimizar a conexão entre trabalhador e empresas. Segundo Costa, o objetivo é que até 25 milhões de trabalhadores sejam beneficiados pela iniciativa. A empresa não divulgou o valor do investimento na nova região de datacenters no Rio de Janeiro, mas Cosentino explicou que a infraestrutura foi instalada para atender à necessidade de velocidade de seus clientes corporativos, mas também a exigências do governo. A primeira região de datacenter da Microsoft foi lançada em 2014, em São Paulo. “Nosso governo tem preocupação com residência de dados, não só na área de governo, mas na área financeira. Não só toda a base de dados, mas réplicas de dados precisam permanecer dentro do nosso país. Isso fez necessária a criação de outra região e novas zonas de disponibilidade”, disse a presidente, reforçando que a nova infraestrutura vai permitir à empresa atender às regulamentações locais. Na parceria com a Vale e Imazon com foco na prevenção de queimadas e desmatamento na Amazônia, ferramentas de inteligência artificial deverão ser usadas durante a próxima estação de seca em 2021 para prever zonas de desmatamento mais prováveis e auxiliar órgãos de governo na tomada de decisões. Cosentino antecipou ainda que a Microsoft lança na tarde desta terça-feira (20) um aplicativo de inteligência artificial voltado para pessoas cegas ou com baixa visão. “Queremos reforçar nossa parceria com o país para ajudar na retomada econômica sustentável”, concluiu a executiva.