MANAMA, BAHREIN – Uma delegação israelense chegou ao Bahrein neste domingo (18) para formalizar as relações diplomáticas com o país do Golfo, em uma cerimônia a ser realizada à noite em Manama, capital do arquipélago. Os lados vão assinar um documento que marca o estabelecimento da relação, em aplicação a um acordo firmado há pouco mais de um mês entre os dois países, em Washington, e supervisionado pelo governo Donald Trump, aliado de Israel. Trump busca uma vitória na política externa para aumentar as chances de reeleição nas eleições presidenciais dos EUA em novembro –o apoio a Israel é uma posição popular entre eleitores evangélicos. Israel e Bahrein assinaram uma “declaração de paz, cooperação e relações diplomáticas e amigáveis construtivas” em uma cerimônia na Casa Branca em 15 de setembro. O documento ficou aquém de um tratado formal mas funcionou como uma carta de intenções para a oficialização deste domingo. Após o acordo de paz Egito-Israel, em 1979, e o acordo com a Jordânia, em 1994, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein se tornaram o terceiro e o quarto países árabes a decidir normalizar as relações com Israel. Os palestinos condenaram esses acordos, que chamaram de traição às suas aspirações de criar seu próprio estado independente. A delegação de Israel –que decolou em um vôo fretado a partir do aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv– está acompanhada pelo Secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin. Em uma cerimônia com Mnuchin antes da decolagem, o enviado dos EUA para o Oriente Médio, Avi Berkowitz, disse que o acordo possibilitaria o turismo, as relações bancárias e diplomáticas. “Acho que a oportunidade vai além de apenas investimentos”, acrescentou Mnuchin a repórteres no voo. “Está também na tecnologia, construindo vários negócios diferentes –e no caso do Bahrein, expandindo radicalmente as oportunidades para eles.” Na chegada da delegação ao Bahrein, o ministro das Relações Exteriores do país, Abdullatif Al-Zayani, afirmou que o “engajamento e cooperação são os meios mais eficazes e sustentáveis para trazer uma paz genuína e duradoura, que salvaguarde os direitos dos povos do Oriente Médio”. Embora menos rico em petróleo do que os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein –anfitrião da Quinta Frota da Marinha dos Estados Unidos –tem significado geoestratégico.