SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – Um homem filmado em junho deste ano agredindo uma mulher com vários socos no rosto, em Ilhéus, no sul da Bahia, esteve em uma delegacia nesta quinta-feira (15) e foi liberado após 4h30 de depoimento em seguida. Ele se apresentou à polícia após ter sido decretada sua prisão preventiva pela Justiça, a pedido do Ministério Público da Bahia. O representante de vendas Carlos Samuel Freitas Costa Filho, 31, foi liberado por não haver flagrante. Ele foi ouvido pelo delegado Evy Paternostro, coordenador da 7ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), que gerencia a Delegacia da Mulher. O caso ganhou repercussão apenas nesta semana, após a divulgação das cenas da agressão e motivou o pedido de prisão preventiva pela Promotoria. O vídeo em que Carlos agride uma mulher, ainda não identificada, tem quase um minuto de duração. Na imagem, registrada por outra mulher, que observava a cena de um pavimento superior, o agressor empareda a vítima contra um veículo estacionado na rua. “Me solte e vá embora. Você se acha, porque você é amigo de polícia? Eu vou dar queixa de você aqui. Aqui, minha boca já está do jeito que está”, reclamou a mulher, momentos antes de ser espancada com uma sequência de socos no rosto. Mesmo ciente de que estava sendo filmado, o agressor não se intimidou e ainda desafiou a pessoa que filmava a mandar outro homem descer para confrontá-lo. “Ei, cadê ele aí, que você falou que ia mandar descer pra mim? Manda ele descer, que eu quero ver”, disse, com a voz embolada. “Não desça não, moço. Ele é um pé-rapado, um Zé ruela. Não tem nada”, pediu a vítima, ao mesmo tempo em que chorava, tossia e levava as mãos ao rosto. Ao fundo, ouvem-se comentários de duas mulheres que presenciavam a cena do alto de um imóvel. Por fim, a vítima pede que o agressor desencoste dela, pegue a moto e vá embora, porque ela daria queixa dele. A partir dessa afirmação, Carlos Samuel inicia uma sequência de socos na vítima até ela cair no chão. Em seguida, sai caminhando pela rua. Segundo informações da Polícia Civil da Bahia, essa não é a primeira vez que Costa Filho agride mulheres, inclusive com boletim de ocorrência de violência com a própria mãe. Já são 11 agressões registradas contra ele na Deam de Ilhéus, incluído o caso revelado na quarta-feira passada. Ainda conforme a Polícia Civil, o investigado já foi alvo de três inquéritos por violência doméstica, procedimentos finalizados e remetidos à Justiça ainda em 2015 e 2016. Outros sete boletins também foram registrados na mesma unidade policial. As investigações, no entanto, não foram adiante porque as vítimas se recusaram a dar prosseguimento ao inquérito policial, diz o a nota da Polícia Civil, que não deu detalhes sobre o depoimento. Caique Santana Mota, advogado do suspeito, disse que a agressão ocorreu na noite de 20 de junho passado, quando o casal havia consumido álcool em uma festa. Disse ainda que, antes da cena gravada, foi a vítima quem teria agredido Carlos com murros nas costas. “Naquela noite, eles consumiram bastante bebida alcoólica. Houve uma crise de ciúme por parte dela, que o agrediu na presença de testemunhas. Claro que não justifica [os socos], não há como negar. Ele reconhece que se excedeu, que perdeu o controle”, disse o advogado.