SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governador João Doria (PSDB-SP) afirmou que a vacinação contra o novo coronavírus em São Paulo será obrigatória, exceto para pessoas que apresentem alguma restrição avalizada por um médico. Uma lei de fevereiro deste ano, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), prevê a possibilidade de realização compulsória da imunização, ainda que recentemente ele tenha dito que “ninguém pode obrigar ninguém a tomar a vacina” contra a Covid-19. Doria disse também que a terceira fase de testes da vacina Coronavac contra o novo coronavírus será concluída neste fim de semana e que vai se reunir na próxima quarta-feira (21) com representantes da área de saúde do governo federal para apresentar os dados e tentar garantir a disponibilidade dela para todos os brasileiros. O governador afirmou ainda que, por parte de São Paulo, não haverá politização em relação à vacina e que espera a mesma postura por parte de Jair Bolsonaro, que foi nominalmente citado e criticado pelo governador por sua ação durante a pandemia. “Não é razoável imaginar que o governo [federal] vá colocar ideologia ou visão partidária ou eleitoral acima daquilo que salva vidas”, disse Doria. O governador disse que vai se reunir com o ministro da Saúde e com o presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na próxima quarta-feira. “São Paulo entende que a vacina é do Brasil, um bem dos brasileiros. Será que, agora que tem a vacina, o governo federal vai negá-la aos brasileiros que precisam? No que depender do governo de São Paulo, não, mas vamos ao entendimento no dia 21, com o ministro e com a Anvisa, conscientes de que lá estão pessoas também conscientes e que terão visão republicana, científica e técnica nesse assunto e não vão politizar a vacina e nem fazer a guerra da vacina.” Segundo o governador, o acompanhamento da testagem nesta terceira fase pelo Instituto Butantan é feito simultaneamente pela Anvisa e um resumo desse relatório será entregue pelo presidente do instituto na segunda-feira (20) à agência. “Hoje, a Anvisa tem todos os dados disponíveis da testagem que está sendo feita em sete estados brasileiros. Até aqui, sem nenhuma colateralidade”, disse o governador durante o lançamento, sexta-feira (16), do Plano de Retomada Econômica 2021/2022 para o estado. A Coronavac, imunizante contra a Covid-19 criado pela chinesa Sinovac e que será produzida em conjunto no Brasil pelo Instituto Butantan, mostrou-se segura em seu teste da chamada fase 3 (a última antes da aprovação) em 50 mil voluntários na China. A Sinovac testa seu imunizante em dez países, e a vacina já foi aprovada para vacinação emergencial no seu país de origem. No Brasil, 5.600 dos 9.000 voluntários em 12 centros de pesquisa de cinco estados e do Distrito Federal já receberam ao menos uma dose da vacina. Se a Coronavac se provar eficaz, São Paulo vai protocolar na Anvisa um pedido para liberação emergencial da campanha de vacinação.