Chuva volta ao Pantanal, mas volume ainda é insuficiente, diz Ibama

CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Depois de meses de estiagem e em meio ao maior incêndio de sua história, o Pantanal registrou chuvas significativas nesta quinta-feira (15). Na avaliação do Ibama, porém, a quantidade ainda é insuficiente para debelar todos os focos. A Serra do Amolar, no município de Corumbá (MS), foi uma das regiões que registraram chuva. Um vídeo obtido pela reportagem mostra brigadistas indígenas do povo terena e moradores da região comemorando o fim da estiagem. “É uma garoa. Não é de falar que vai apagar o fogo, não sei se vai durar hoje ou amanhã”, diz a moradora Edilaine Arruda, 25, autora do vídeo e responsável pela logística das brigadas na base da ONG Ecoa (Ecologia e Ação). “Fazia tanto tempo que não chovia que nem me lembro.” Considerada a área mais preservada do Pantanal, nas últimas semanas o Amolar registrou alguns dos focos mais críticos. Na terça-feira (13), fortes ventos misturados à fuligem provocaram uma espécie de tempestade de areia. A moradora conta que, no último dia 5, sua comunidade quase foi atingida pelo fogo. “Foi horrível, desesperador, chegou muito perto das casas. Mas tivemos o apoio da brigada do Prevfogo, com a ajuda dos moradores.” “Temos relatos de chuva em quase todo o Pantanal. Choveu no Amolar, choveu na cidade de Corumbá, choveu no Parque Nacional do Pantanal. É um volume bom, mas insuficiente para extinguir todos os incêndios”, afirma Alexandre Pereira, do Prevfogo/Ibama em Campo Grande (MS). “A gente não pode declarar fogo extinto. Os nossos procedimentos demandam alguma vigilância na região, esperando volumes maiores de chuva para começar a pensar na desmobilização das equipes. O Pantanal tem uma quantidade muito grande de matéria orgânica acumulada, e os incêndios subterrâneos ainda persistem. Precisa chover mais para que a água chegue até essa camada”, diz Pereira. Desde o início do ano até o último domingo (11), 27% dos 15 milhões de hectares do Pantanal foram consumidos pelo fogo, uma área destruída equivalente à do estado do Rio de Janeiro. O cálculo é do Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e foi repassado pelo Ibama.

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