Incidência de Covid-19 salta 53% nos distritos mais ricos de São Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os resultados da quinta etapa do inquérito sorológico no município de São Paulo, anunciados pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) nesta quinta-feira (17), indicam que a prevalência de indivíduos que possuem anticorpos para o Sars-CoV-2 aumentou 53% nos bairros mais ricos, e quase dobrou na região centro-oeste. Nesta quinta, o prefeito também apresentou os resultados da última etapa do inquérito feito com alunos de São Paulo. Esses novos dados indicam que 13,9%, ou 1,64 milhão de pessoas, da população adulta na capital apresenta anticorpos para o Sars-CoV-2. Em relação aos alunos, a prevalência passou de 18,3%, na segunda etapa, para 16,5%, com prevalência maior entre os alunos da rede pública. A Secretaria Municipal de Saúde visa realizar nove etapas (fases 0 até 8) do mapeamento sorológico em adultos na cidade e três fases em crianças. A pesquisa busca a soroprevalência, isto é, a presença de anticorpos específicos para o Sars-CoV-2 no sangue das pessoas, indicativo de que já houve contágio no passado. A pesquisa da soroprevalência em adultos realizou a coleta de 2.226 amostras de sangue sorteadas de um total de 6,2 milhões de domicílios entre os dias 25 e 27 de agosto. A fase anterior analisou cerca de 2.400 amostras e obteve uma taxa de prevalência de 11%. Nesta quinta etapa, houve um aumento significativo de indivíduos com resultados positivos na testagem na região centro-oeste da cidade, cuja incidência anterior era na faixa de 5,2%, para 10,3%. Outras regiões na cidade que tiveram aumento significativo foram a região leste, de 12,3% para 19,6%, e norte, de 8,3% para 12,1%. Os dados chamam a atenção para o aumento da prevalência na população mais jovem que foi também a que aderiu menos às medidas de isolamento social nesta quinta etapa. Apenas 71% dos jovens de 18 a 34 anos responderam aderir totalmente ao isolamento social, enquanto esta taxa sobe para 76,8% na faixa etária de 35 a 49 anos, 85,6% de 50 a 64 anos e 87% na população acima de 65 anos. Também foi elevada a incidência da doença nos distritos com maior índice IDH da capital. Dentro da chamada região do centro expandido houve um aumento de 53% de prevalência nos locais com o IDH mais alto, passando de 6,2% para 9,5%. Embora as regiões de IDH médio e baixo também tenham apresentado aumento nesta nova etapa em relação à anterior, este foi menor: de 12,1% para 13,2%, nos distritos com IDH médio, e de 14% para 19% naqueles de baixo IDH -ou seja, os mais pobres ainda sofrem o dobro com a doença. “Esta última etapa vem consolidando aquilo que as outras já demonstraram e mais uma vez joga uma luz à desigualdade social na cidade de São Paulo, mas não podemos deixar de destacar que houve um aumento de 53% de casos nos distritos de maior IDH e 100% de aumento na região centro-oeste, que é exatamente as regiões mais ricas da cidade”, completou o prefeito. Segundo o estudo, a maior incidência de pessoas que já entraram em contato com o vírus se concentra na faixa etária de 18 a 34 anos (15,4%), repetindo os resultados encontrados nas duas etapas anteriores (17,7% na fase três e 13,1% na fase quatro). Também é maior a incidência na população preta e parda (17,4%). Em relação à classe social, a maior prevalência da doença permanece concentrada nas classes D e E (18,7%). Essa taxa é seis vezes maior do que a encontrada nas classes A e B (3,1%). A prevalência também foi maior entre aqueles que trabalham fora de casa (18,9%) em relação aos que praticam teletrabalho (7,2%), e nos indivíduos que moram com cinco pessoas ou mais (19,8%), que aumentou nesta etapa em relação à anterior (16%).

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