Com previsão de neve, RS tem flocos e chuva congelada nesta quinta-feira

PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – Flocos de neve caindo do alto e pintando de branco por alguns instantes gramados, telhados e até parabrisas de automóveis foram vistos no Rio Grande do Sul na tarde desta quinta-feira (20). Em São Francisco de Paula, na região dos Campos de Cima da Serra, os flocos de gelo foram registrados no início e no meio da tarde, ainda sem acúmulo. O fenômeno ocorreu simultaneamente com a chamada chuva congelada, quando a água congela ao tocar o solo. A floco de neve, por sua vez, é formado por cristais de gelo. A previsão é que possa nevar na região e em outra localidades gaúchas como São José dos Ausentes e Cambará do Sul entre o final desta quinta-feira e ao longo da sexta-feira. A MetSul Meteorologia identificou chuva congelada também em cidades como Rio Grande, Santa Vitória do Palmar e em Nova Petrópolis. “Com a queda da temperatura, caíram os flocos e a chuva congelada, que chamamos de quirera. Foram pancadas, mas pode se intensificar. A neve é uma caixinha de surpresas, porque às vezes esperamos em São Francisco, mas cai em Ausentes ou Cambará”, relata o turismólogo Adão Samir Eger. Eger filmou os flocos caindo sobre seu parabrisa e sobre o gramado. À frente de uma agência de turismo, está acostumado com a neve. “A primeira neve forte que tenho lembrança foi a de 1988, quando tinha 11 anos. Mas depois também foi intensa em 1994, 1999 e, mais recentemente, em 2013”, conta o turismólogo. “É um encanto. São paisagens bonitas. A beleza cênica dos Campos de Cima da Serra cobertos de neve ou geada nos remete às origens, ao contato maior com a natureza. É uma boa experiência, mas que também leva a pensar no lado das pessoas mais humildes que precisam enfrentar o frio”, diz. Em Santa Catarina, também há previsão de neve, na região serrana, em cidades como Urubici, Urupema e São Joaquim. A neve preocupa autoridades que pedem que turistas sem reservas não visitem os locais. Pode haver risco de acidentes com eventual gelo em estradas sinuosas e de aglomeração de visitantes (e, portanto, de maior contágio de coronavírus). “É comum que as pessoas venham sem reserva para ver a neve e fiquem. Os hotéis ficam lotados, e era normal que os visitantes batessem nas portas das casas para alugar quartos. Mas, com a Covid-19, isso não pode acontecer. É muito arriscado para os moradores locais”, explica o presidente da Santur (Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina), Leandro ‘Mané’ Ferrari. Além disso, os pontos turísticos em áreas públicas estão fechados por causa do novo coronavírus. É o caso do Morro da Antena, em Urupema, e do Mirante da Serra do Rio do Rastro, em Lauro Muller.

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