SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um homem provocou vários acidentes na noite desta terça-feira (18) com seu veículo em uma rodovia que atravessa Berlim e feriu seis pessoas -três delas estão em condição crítica-, em um ato que o Ministério Público classificou de “provável atentado islamita”. A promotoria afirmou que o suspeito citou motivações religiosas para o ataque, mas que ele parece ter problemas psicológicos e não há indícios de que ele pertença a algum grupo terrorista “As declarações do suspeito depois dos atos sugerem uma motivação religiosa e islamita, mas também existem indícios sobre uma instabilidade psicológica do homem”, afirma um comunicado do MP. O texto diz também que os ataques parecem ter sido dirigidos especialmente contra motociclistas. A imprensa local informou que o homem que provocou os acidentes é um iraquiano de 30 anos, que gritou “Allahu akbar” (Alá é Grande) quando saiu de seu veículo, depois de bater contra vários automóveis e motos às 18h30 locais (1330 de Brasília). “Que ninguém se aproxime. Ou todos vão morrer”, ameaçou, de acordo com os relatos de testemunhas ao jornal Bild, ao ameaçar detonar um artefato explosivo. Ele foi detido imediatamente pela polícia. O tráfego na rodovia foi interrompido por várias horas, o que provocou um grande engarrafamento. A polícia verificou todas as caixas suspeitas deixadas pelo homem em seu veículo e nenhum artefato explosivo foi encontrado. As autoridades alemãs permanecem em alerta pela ameaça islamita no país, sobretudo depois do atentado executado em 2016 em Berlim pelo Estado Islâmico (EI), quando um caminhão atropelou várias pessoas e deixou 12 mortos. O ataque extremista foi o mais violento já cometido em território alemão. Desde então, as autoridades impediram mais de dez tentativas de atentados, dois deles em novembro de 2019. Desde 2013, o número de islamitas considerados perigosos na Alemanha se multiplicou por cinco e atualmente está em 680. A chanceler, Angela Merkel, é acusada pela extrema-direita de ter contribuído para os atentados por sua abertura das fronteiras a centenas de milhares de refugiados e migrantes desde 2015.