SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Mesmo após 36 anos desde a sua primeira aparição na TV, quando foi convocado às pressas para ser repórter da Band em uma festa de Carnaval no Clube Monte Líbano, no Rio de Janeiro, Otávio Mesquita, 61 anos, segue se reinventando. O programa Operação Mesquita, que o apresentador comanda nas madrugadas do SBT, terá uma novidade a partir da edição desta terça (18) para quarta (19). Como alternativa às já tradicionais reprises, que têm sido a saída para muitos programas como gravações suspensas, Mesquita criou um quadro chamado Minha Casa, Meu Estúdio, em que recebe personalidades para uma entrevista frente a frente, em sua residência no Morumbi, na zona oeste de São Paulo. “Pensei em fazer entrevistas online, mas todos tiveram essa mesma ideia, como Pedro Bial e Danilo Gentili, e percebi que elas perdem um pouco a emotividade, a interatividade e até o bom humor. É difícil brincar com a pessoa que está longe de você. Não tem o olho no olho.” Embora receba o entrevistado em sua casa, o jornalista afirma que todos os protocolos de segurança sanitária são seguidos. “Para este quadro, eu refiz todo o jardim da minha casa e faço as entrevistas com uma distância de 1,5 metro entre a minha cadeira e a da pessoa, ao ar livre. E só tem um câmera e um operador, nem a produção vai. Recebo as pessoas com máscara, seguindo todos os protocolos, e só tiro a máscara na hora da entrevista”, diz Mesquita. Na estreia do quadro, o convidado é o empresário e apresentador Roberto Justus, que recentemente teve a nova temporada de O Aprendiz adiada devido à pandemia. E para embalar o papo, são exibidos vídeos enviados por pessoas que fazem parte da vida do entrevistado. “Com Roberto Justus, por exemplo, a Ticiane Pinheiro enviou uma pergunta, a Ana Paula Siebert, mulher dele, também, todos os filhos e Marcos Mion. Ele ficou bastante emocionado, principalmente ouvindo a pergunta da filhinha [Rafaella]. E impressionado porque não esperava por essas perguntas externas”, diz. Para as próximas edições do quadro, a jornalista Sonia Abrão e o cabeleireiro Jassa já são presenças confirmadas – o apresentador conta, aliás, que foi no salão de Jassa que ele se aproximou de Silvio Santos. “Quando saí da Band [em 2013], encontrei o Silvio no Jassa e assim surgiu essa oportunidade [de entrar no SBT].” Com as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, ele diz que precisa de criatividade para produzir o Operação Mesquita, que até então abusava de pautas externas, eventos, viagens. “Estou me reinventando. Eu me reúno uma vez por semana com a minha equipe de produção para ver pautas, mas não posso mais ir a lugares com aglomeração.” “Enquanto isso, gravei uma [reportagem] com um colecionador de carros antigos, apenas eu e ele. E consegui fazer outras, como no cinema drive-in, no museu da Hebe, que estava vazio, e no aquário do Guarujá, em que pude nadar com os animais. Foi muito bacana”, acrescenta. E o apresentador também se diz satisfeito com a audiência de seu programa, que costuma ficar na vice-liderança no horário, atrás da Globo –Operação Mesquita vai ao ar à 1h45 (segundas e quintas), às 2h (terças e sextas), e à 1h30 (quartas). “Fiquei 16 vezes na frente da Globo no ano passado. Quero terminar minha vida como Silvio Santos, fazendo programa noturno. Porque aí você tem audiência, tem prestígio. Eu estou muito feliz”, afirma ele, que também se diz grato à emissora. “Vivo meu melhor momento agora, e o SBT me dá total liberdade para focar em novos projetos.” CONVÍVIO COM FILHO E FÓRMULA 1 Otávio Mesquita diz ter duas importantes companhias nesta quarentena: o filho Pietro, 10 anos, e a Fórmula 1. “Eu saía muito à noite, mas agora não mais. Fico muito em casa com meu filho, gosto de tomar um vinhozinho de noite e curtir um pouco a casa”, diz ele, que ainda no início da pandemia se divorciou da publicitária Melissa Wilman, com quem estava casado desde 2008. “Como meu objetivo número um era ser piloto de Fórmula 1 – o segundo era ser repórter ou apresentador de TV – e eu tenho o automobilismo como hobby, tenho acompanhado a volta da modalidade [as corridas voltaram em julho].” De resto, ele diz, quase tudo é trabalho. “Eu acordo de manhã, leio meus jornais e vou para o escritório na sequência, cuidar das empresas de que sou sócio e pensar em mais pautas para o programa”, diz. “No escritório, fico apenas com a minha gerente administrativa. De resto, toda a equipe trabalha de maneira online.”