SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A ocupação de leitos de UTI no estado de São Paulo se manteve abaixo de 60% nesta segunda-feira (17). Os dados foram apresentados pelo vice-governador Rodrigo Garcia (DEM), em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes. Em todo o estado, a taxa de ocupação de UTI foi de 57,4%, a mesma anunciada na última sexta-feira (14). Na Grande São Paulo, esse índice foi levemente menor, com 55,5% de ocupação dos leitos. Segundo o secretário estadual de saúde Jean Gorinchteyn, esse índice se manteve abaixo de 80% em todos os municípios de SP nas duas últimas semanas, dado que já havia sido divulgado na semana passada. O número de novos casos de coronavírus no estado nas últimas 24 horas foi de 3.172, com 47 novos óbitos computados até às 10h desta segunda-feira (17). O infectologista afirmou que houve ainda uma redução de 1% do número de óbitos em relação à semana anterior. “Esse número [redução de 1%] parece pouco expressivo devido à inserção daqueles dados represados de 221 pacientes que vieram a óbito e foram inseridos de forma tardia por uma modificação metodológica do Ministério da Saúde.” A média móvel de óbitos dos últimos sete dias apontou 252 óbitos, valor muito próximo do encontrado na semana anterior, de 254. Para Gorinchteyn, sem esses novos óbitos, o indicador do número de óbitos no estado de SP seria melhor em relação às semanas anteriores, atingindo o valor de 220 mortes nos últimos sete dias, “em níveis muito semelhantes aos encontrados na 24ª semana epidemiológica.” Regionalmente, o secretário ressaltou uma queda ainda maior na região metropolitana de São Paulo, excluindo a capital, de 4% no número de óbitos, número repetido, segundo Gorinchteyn, no interior e Baixada Santista. O médico relembrou que mais de meio milhão de pacientes recuperaram da Covid-19, e confirmou ainda a construção de um ambulatório exclusivo para tratar dos casos de reinfecção da doença causada pelo novo coronavírus. O ambulatório tem a finalidade de atender àqueles que mesmo após a aparente recuperação da doença, continuam a apresentar sintomas compatíveis e mantém por meio do exame RT-PCR a disseminação do vírus Sars-CoV-2. “O objetivo desse ambulatório é não apenas o acompanhamento para saber se houve recorrência de infecção, mas também saber se existe outro vírus em curso que não o Sars-CoV-2 para entender melhor a possibilidade de reinfecção, até o momento pouco conhecida.” O governador de São Paulo João Doria (PSDB), que se recupera de infecção do coronavírus em sua casa, fez um breve pronunciamento virtualmente no início da apresentação. Doria afirmou estar assintomático, assim como sua mulher Bia Doria, que também contraiu o vírus. Doria afirmou ainda não saber como ele e Bia contraíram o vírus, mas disse uma provável causa ter sido uma encomenda que o casal recebeu em casa, pois ressaltou “sempre ter todo o cuidado na utilização de máscara e álcool em gel para evitar a contaminação.” O governador ainda fez um apelo à população para lembrar que a quarentena ainda está valendo. “Nós todos estamos em quarentena. Não podemos desmobilizar a quarentena e nem celebrar. Não há razões ainda para celebração. Nós temos esperança da vacina, mas não temos ainda a vacina. Peço especialmente aos jovens. Sei que estão aborrecidos, estão com vontade de sair, de conviver, mas por favor não façam aglomerações, não tirem suas máscaras ao estarem almoçando, ou jantando, ou no convívio com seus amigos.” Segundo a secretária de desenvolvimento econômico Patrícia Ellen, a taxa de isolamento social no estado para o último sábado (15) foi de 45%, enquanto a capital apresentou 43%.