RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A proposta de demarcar a areia das praias do Rio, por meio de reserva de espaço em aplicativo, será reavaliada pela prefeitura. O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) anunciou que a medida será reanalisada devido a “confusões e controvérsias” geradas pela ideia, cujo objetivo é evitar as aglomerações de banhistas. Em nota, a prefeitura informou que Crivella tem ouvido observações e críticas sobre o assunto e que o melhor encaminhamento está sendo estudado internamente. A prefeitura não descarta a realização de uma consulta popular, que ainda não está definida. Na segunda-feira (10), Crivella anunciou que a praia de Copacabana, na zona sul do Rio, seria a primeira a testar o aplicativo de marcação de lugar na areia, com o objetivo de garantir o distanciamento e evitar aglomerações por causa da pandemia do novo coronavírus. A data para a implementação da proposta, porém, não chegou a ser divulgada. “A preocupação do prefeito é buscar a melhor forma de evitar aglomerações e, por mais que a fiscalização entre em campo, a prefeitura não tem condições de fiscalizar todas as praias”, diz trecho da nota do governo. A ideia da prefeitura carioca gerou críticas de especialistas. Segundo o biomédico virologista do IBMR (Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação), Raphael Rangel, em um grupo de pessoas assintomáticas, por mais que elas estejam distantes, o vírus pode ficar disperso naquela região da praia e, com isso, ocorrer a contaminação. “A proposta é uma alternativa mediante a uma atitude irresponsável, de liberarem as praias neste momento. A praia é classicamente um lugar de aglomeração. Como você vai garantir que uma pessoa consiga utilizar máscara debaixo de um sol de 35º C a 40º C? A pessoa pode até mesmo passar mal por utilizar máscara em um calor desses”, afirmou. O anúncio de Copacabana como piloto da iniciativa foi feito por Crivella e o superintendente de educação e projetos da Vigilância Sanitária, Flávio Graça. O projeto piloto começaria em dias de semana, quando há menor fluxo de pessoas, e previa marcações de quadrantes com fitas ao longo da praia, que poderiam ser ocupados por meio de agendamento, além de corredores, entre eles, para o acesso dos ambulantes.