SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A missão brasileira de ajuda ao Líbano, cuja capital foi destruída por uma megaexplosão na semana passada, chegou a Beirute nesta quinta (13), a bordo de dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). “Estamos trazendo seis toneladas de alimentos e medicamentos. Mais 4.000 toneladas de arroz virão por via marítima”, disse o ex-presidente Michel Temer, que lidera a missão, ao entregar o material, no aeroporto, segundo informações do Ministério da Defesa. “Além disso, a comunidade libanesa me comunicou, hoje pela manhã, que ainda há mais 20 toneladas arrecadadas.” A delegação foi em seguida ao palácio presidencial para uma reunião com o presidente libanês, Michel Aoun. Os senadores Nelsinho Trad (PSD-MS) e Luiz Osvaldo Pastore (MDB-ES) também participaram do encontro, assim como o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, além de outros representantes brasileiros. Temer expressou condolências às vítimas da explosão e ressaltou que a ajuda não foi enviada apenas pelo governo brasileiro, mas pela grande comunidade de descendentes de libaneses que vivem no Brasil. Temer é filho de libaneses. Aoun agradeceu o apoio e reafirmou que o Líbano precisará de ajuda internacional para se reconstruir, inclusive para obter materiais de construção, segundo comunicado divulgado pela Presidência do país. O governo libanês enfrenta uma série de protestos após a enorme explosão que destruiu parte de Beirute no último dia 4. Na capital, manifestantes pedem inclusive a saída de Aoun, acusado pela população de ser um dos responsáveis pela tragédia que deixou ao menos 220 mortos. O incidente também afeta a distribuição de alimentos no país, pois o porto de Beirute é a principal entrada de exportações. Os atos levaram o premiê Hassan Diab a anunciar a renúncia coletiva de seu governo. Convidado por Bolsonaro a liderar a missão, o ex-presidente teve de pedir autorização para deixar o Brasil, e a solicitação foi aceita por Marcelo Bretas, juiz responsável pelas decisões da Lava Jato do Rio. Temer responde a sete processos que tramitam no Rio, no Distrito Federal e em São Paulo e chegou a ser preso preventivamente em março de 2019. No total, dois aviões da FAB foram ao Líbano. Um deles transporta ventiladores pulmonares, máscaras cirúrgicas, kits de primeiros-socorros e material de construção, além de ao menos 500 cestas básicas e meia tonelada de medicamentos e equipamentos doadas pela Câmara de Comércio Brasil-Líbano. O outro levou a comitiva, que deve retornar ao Brasil nesta sexta (14).