SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O preço cobrado pelo etanol chega a variar até 86,1% em postos de combustíveis da capital, segundo levantamento feito na semana passada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Já o preço da gasolina teve variação de 47,9%. O relatório da ANP pesquisou 180 postos em São Paulo. Entre os dias 2 e 8 de agosto, o posto com o etanol mais barato da cidade vendia o combustível derivado da cana-de-açúcar a R$ 2,149 o litro. No ponto de venda mais caro, o valor cobrado era de R$ 3,999. Em relação à gasolina, os preços variaram de R$ 3,379 a R$ 4,999 no mesmo período. “Essa variação entre os preços mais baixos e mais altos está relacionada, principalmente, a dois fatores: a qualidade do produto vendido e ao fato de o posto recolher ou não todos os impostos”, avalia o presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto Paiva Gouveia. Gouveia afirma ainda que os chamados postos de bandeira branca -que são aqueles que não possuem exclusividade com nenhuma das grandes distribuidoras de combustível- também tendem a cobrar mais barato, já que podem ter custos menores com taxas cobradas pelas empresas. Na semana passada, o preço médio da gasolina na capital estava em R$ 4,015. Em quatro semanas, houve aumento de 3,45%, já que, entre 12 e 18 de julho, a média era de R$ 3,881. No mesmo período, o etanol subiu 2,32%, passando de R$ 2,502 para R$ 2,56. Levando em consideração os preços médios, o abastecimento com etanol é mais vantajoso em São Paulo. Para fazer este cálculo, divida o preço do etanol pelo da gasolina. Se o resultado da operação for inferior a 0,7, prefira o etanol. Isso porque o rendimento do etanol equivale a aproximadamente 70% do obtido pela gasolina. Segundo Gouveia, a elevação ainda não tem relação com a nova gasolina produzida pela Petrobras, que está disponível aos consumidores desde o último dia 3. Segundo a estatal, a nova formulação do combustível apresenta melhor performance e possibilita um consumo menor. Na opinião de Gouveia, o aumento da semana passada está mais ligado ao início da retomada dos mercados internacionais após a fase mais rígida de restrições de circulação decorrentes da pandemia de Covid-19, em que a demanda mundial havia caído. “O preço da gasolina é regulado internacionalmente. Na fase mais séria da pandemia, os navios de petróleo estavam carregados e não havia nem espaço para descarregar”, diz o presidente do Sincopetro.