SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Departamento de Transportes dos EUA anunciou nesta quinta-feira (13) a suspensão de voos privados fretados com destino a Cuba, aumentando a pressão econômica dos EUA sobre o governo cubano. “O regime usa recursos vindos do turismo para financiar seus abusos e sua interferência na Venezuela. Ditadores não podem se beneficiar das viagens americanas”, escreveu o secretário de Estado, Mike Pompeo, em uma rede social. A medida suspende todos os voos charter entre os Estados Unidos e os aeroportos de Cuba. São exceções os voos públicos fretados que sejam autorizados pelo governo e tenham Havana como origem ou destino; e voos privados, também mediante autorização, que tenham finalidade médica, de emergência, busca e resgate, e outras viagens consideradas do interesse de Washington. Para a maioria dos voos charter existentes, a suspensão entra em vigor em 13 de outubro. O decreto foi emitido no aniversário do falecido líder cubano Fidel Castro, observou um funcionário dos EUA. Em maio, o Departamento de Transportes impôs um limite anual de 3.600 voos fretados para Cuba. Na prática, a medida manteve o volume dessa modalidade de tráfego aéreo no nível de 2019, impedindo que houvesse aumento. Em outubro passado, os Estados Unidos vetaram voos regulares para todas as cidades cubanas, exceto Havana. Poucos meses depois, em janeiro, o Departamento de Transporte ampliou a restrição e proibiu voos fretados para qualquer aeroporto cubano, exceto Havana. O presidente do Conselho de Comércio e Economia Estados Unidos-Cuba, John S. Kavulich, afirmou que desde que o ex-presidente Barack Obama (2009 – 2017) restabeleceu o tráfego aéreo comercial com a ilha, a importância dos voos privados diminuiu. “Não vai haver um impacto substancial”, previu o especialista, mas indicou que serão afetadas as visitas de celebridades e empresários que utilizam esses voos para chegar à ilha. O anúncio desta quinta ocorre após a imposição de outras sanções pelos EUA, como a suspensão de cruzeiros, a proibição de alugar aviões para a companhia aérea estatal Cubana de Aviación e restrições ao envio de remessas de dinheiro à ilha. Após décadas de relações diplomáticas cortadas, Washington e Havana passaram um período de aproximação diplomática promovida por Obama. Mas desde a chegada de Trump à Casa Branca, em 2017, os EUA reforçaram o embargo à ilha que está em vigor desde 1962, sob o argumento de que o regime comete violações de direitos humanos e apoia o ditador venezuelano Nicolás Maduro.