SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Corinthians mal teve tempo de planejar o que fazer com a premiação pelo segundo lugar no Campeonato Paulista. O juiz Luis Fernando Nardelli, da 3ª Vara Cível de São Paulo, determinou o bloqueio de R$ 1.594.385,00, quase a totalidade da premiação, para saldar dívida do clube com o Instituto Santanense de Ensino. A decisão foi publicada nesta quarta-feira (12) no Diário Oficial. Ainda cabe recurso ao Corinthians. Nardelli pede para oficializar a FPF (Federação Paulista de Futebol) da sua sentença. “Defiro a expedição de ordem à Federação Paulista de Futebol com o fito de bloquear e transferir para a conta judicial vinculada a este juízo o valor da premiação destinada ao executado Sport Club Corinthians Paulista até o limite de R$ 1.594.385,09, referente ao Campeonato Paulista de Futebol Profissional”, despachou o juiz. Com o bloqueio, restará ao Corinthians pouco mais de R$ 50 mil, do total de R$ 1.650.000, referente ao segundo lugar no Campeonato Paulista. Procurado pela Folha, o clube não se manifestou até a publicação deste texto. O processo tramita desde 2008. Inicialmente, o Instituto Santanense de Ensino Superior cobrava R$ 2,5 milhões do clube -o Corinthians, depois de um acordo, pagou uma parcela de R$ 431 mil em março de 2019. O caso ficou bastante conhecido quando o Tribunal de Justiça Desportiva chegou a penhorar, em novembro de 2018, a taça do Mundial de Clubes de 2012, conquistada pelo Corinthians após vitória por 1 a 0 contra o Chelsea, no Japão. Apesar da penhora do troféu, o clube não ficou um dia sequer sem o objeto. Somente foi impedido de realizar atividades com a taça e também ficou proibido de vendê-la. A taça até poderia ser leiloada, caso a dívida não fosse quitada, mas o Corinthians obteve uma decisão suspendendo a penhora. Ainda em 2018, Corinthians e Instituto disseram que haviam chegado em um acordo e aparado a desavença. A UniSant’Anna, de propriedade do Instituto, tinha um espaço no Parque São Jorge, sede social do Corinthians na zona leste de São Paulo. O local era alugado e servia como campus para a universidade. No entanto, a faculdade passou a alegar que o clube alvinegro impedia o acesso de alunos e funcionários, o que motivou o instituto a buscar uma indenização na Justiça. Em 2010, o Corinthians foi condenado. Após vários recursos, a instituição tenta até hoje receber os valores aos quais tem direito.