BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Economia, Paulo Guedes, avalia experimentar soluções internas para substituir os dois secretários especiais que pediram demissão da pasta nesta terça-feira (11). A ideia considerada pelo ministro dispensaria a necessidade de convidar nomes do setor privado. Auxiliares do ministro afirmam que uma decisão desse tipo pode gerar menos desgaste e sinalizar continuidade na atuação da pasta. A decisão ainda não está fechada. As duas baixas recentes foram de Salim Mattar (Desestatização), que cuidava do plano de privatizações do governo, e Paulo Uebel (Desburocratização), responsável pela reforma administrativa, que busca reestruturar o serviço público. Interlocutores do ministro criticaram os secretários pela demissão repentina, feita em conjunto e sem planejamento, o que pode arranhar a imagem da pasta. Técnicos afirmam ainda que a saída de Mattar teria sido comunicada primeiro ao presidente Jair Bolsonaro, o que gerou descontentamento na pasta. Sob o diagnóstico que o PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) não se integrou bem ao Ministério da Economia ao ser deslocado do Palácio do Planalto para a pasta neste ano, está em avaliação um rearranjo. A secretaria do PPI, chefiada por Martha Seillier, pode ser fundida à secretaria agora desocupada por Mattar. Martha construiu carreira no setor público, já passou pela Secretaria de Aviação Civil e foi presidente da Infraero. Na secretaria de Desburocratização, deixada por Paulo Uebel, um nome cotado é o de Gleisson Rubin, atual secretário especial adjunto do órgão. Rubin é servidor, especialista em políticas públicas e gestão governamental. Ja atuou no Ministério da Educação, na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, na Escola Nacional de Administração pública e no extinto Ministério do Planejamento. No governo Michel Temer, foi um dos responsáveis pela formulação da proposta de reforma administrativa. Foi mantido no governo na gestão Bolsonaro, também com a função de elaborar a proposta, que diminui o número de carreiras no serviço público, reduz salários de entrada, acaba com a estabilidade no cargo e cria metas de desempenho para os servidores. O texto não foi formalmente apresentado e sofre com resistência de Bolsonaro. A decisão sobre o futuro das secretarias ainda está em aberto e segue em discussão por Guedes. Se confirmada, a medida seria semelhante à promoção de Bruno Bianco ao comando da secretaria especial de Previdência e Trabalho. Quando o então secretário Rogério Marinho foi deslocado para o Ministério do Desenvolvimento Regional, Bianco, que era seu subordinado, foi alçado ao comando da secretaria.