SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A liberação dos jogadores do Atlético-GO para o jogo contra o Flamengo nesta quarta-feira (12), mesmo com diagnóstico positivo para a Covid-19, não deverá ser um caso isolado nas quatro divisões do Campeonato Brasileiro. É o que admite a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O coordenador médico da CBF, Jorge Pagura, diz que essa decisão foi tomada na segunda-feira (10) e está amparada em diretrizes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e em orientações da Sociedade Brasileira de Infectologia. Em um documento entregue à CBF, o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Clóvis Arns, estabelece a “regra dos dez dias”, na qual os atletas que testaram positivo antes desse período e cumpriram isolamento ficam habilitados para jogar, desde que assintomáticos. O documento assinado por Arns orienta, porém, que atletas com suspeita da doença, isto é, sintomas como febre ou falta de ar, sigam orientações anteriores de não serem utilizados para a partida. Ainda de acordo com a recomendação, os atletas contaminados e assintomáticos ficarão liberados do isolamento, após a quarentena de dez dias, e não mais precisão fazer exames até o final da competição, que termina em fevereiro de 2021. Ao revisar o protocolo sanitário adotado para realização do Campeonato Brasileiro, a CBF incluiu a possibilidade de um jogador que testou positivo participar das partidas se cumprir essas medidas. Pagura diz que, a partir do momento no qual comunicou os clubes dessa possibilidade na noite da última segunda-feira, a CBF já recebeu quase 30 pedidos de recursos. “O Atlético-GO, na Série A, e o Oeste, na Série B, foram analisados e liberados. O Corinthians avisou que não recorreria”, afirmou Pagura, que não quis detalhar quais os demais times e o teor dos pedidos. Na terça-feira (11), o Corinthians avisou que os zagueiros Gil e Léo Natel, diagnosticados com a doença, não viajariam com o elenco para o jogo contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte. Adversário do Atlético-GO nesta quarta-feira, o Flamengo afirmou apenas que irá seguir as orientações da CBF e colocará o time em campo. A identidade dos jogadores atleticanos que foram infectados não foi revelada. “Nao foi o Altético-GO quem inventou esse recurso e, sim, a CBF. Também não é nenhuma manobra. A decisão está baseada em pessoas de renome, órgãos que dão esse respaldo”, afirma o médico do clube goiano, Gleyder Sousa. “Não é tão simples para deixar o atleta em condições, o clube precisa comprovar que cumpriu o isolamento e apresentar todo o seu histórico clínico.” Pagura e Sousa citam a participação do médico Clóvis Arns da Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, para justificar a elaboração desse recurso. Presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Arns, na condição de pessoa física e consultor da CBF, contribuiu para a revisão do protocolo e a permissão para a utilização de jogadores assintomáticos que tenham respeitado a “regra dos dez dias”. Além desta adição ao protocolo, também ficou decidido na última segunda-feira uma mudança na testagem dos jogadores -todo o elenco terá de ser examinado, e os clubes poderão escolher o seu laboratório. Até então, o Hospital Israelita Albert Einstein era o único credenciado para a CBF para o processo de testagem.